segunda-feira, 17 de maio de 2010

A INTERDISCIPLINARIDADE

A INTERDISCIPLINARIDADE

Por Mário S. Spinola Jr.

O conhecimento interdisciplinar, de acordo com as linhas propostas pelos PCN (1999), visa uma organização curricular que passa a reunir em áreas de compreensão as linguagens, as filosofias, as ciências naturais e humanas e as tecnologias. Com isso, objetiva-se superar o atual quadro educacional baseado no ensino em disciplinas estanques, fazendo-o através de campos mais amplos do conhecimento. Por exemplo: em vez de se ensinar Química e Física ou Química e Biologia separadamente, aproveitar os pontos em comum entre elas, as suas interconexões, para possibilitar ao aluno uma compreensão mais ampla e profunda dos assuntos estudados.

Na escola, a interdisciplinaridade não tem nenhuma pretensão de criar uma nova disciplina ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para desenvolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista.

Ainda seguindo as linhas definidas pelos PCN (1999), a integração dos diferentes conhecimentos pode contribuir com a motivação em sala de aula, por oferecer maior liberdade a professores e alunos no sentido de escolher os conteúdos de acordo com assuntos ou problemas reais da comunidade.

Com certeza, a identificação entre o mundo do aluno e os conteúdos que lhes querem transmitir confere significação ao que se aprende e, desse modo, favorece o processo de ensino-aprendizagem.

A aprendizagem significativa pressupõe a existência de um referencial que permita aos alunos identificar e se identificar com as questões propostas. Essa postura não implica permanecer apenas no nível de conhecimento que é dado pelo contexto mais imediato, nem muito menos pelo senso comum, mas visa a gerar a capacidade de compreender e intervir na realidade, numa perspectiva autônoma e desalienada. Justamente porque propõe uma nova forma de organizar o currículo. É interessante trabalhar numa perspectiva interdisciplinar e contextualizada, partindo do pressuposto de que toda aprendizagem significativa implica em relação sujeito-objeto e que, para que esta se contextualize, é necessário oferecer as condições para que os dois pólos do processo interajam. [1]

Quando se trata de interdisciplinaridade, fica claro que todo conhecimento pode ter vários ângulos. Mas importa sempre integrá-los num mesmo eixo de significação.

É importante enfatizar que a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar e prever algo que os desafia numa determinada disciplina e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários.[2]


[1] (PCN: 1999) – Parâmetros Curriculares Nacionais.

[2] (PCN: 1999) – Parâmetros Curriculares Nacionais

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